Se meu filho fosse deficiente visual, eu agradeceria a Deus todos os dias porque, mesmo sem sua visão, ele poderia me ouvir e falar comigo. Ele poderia enxergar meu coração como ninguém. Ele poderia me abraçar, andar ao meu lado. Poderia ser feliz por saber que é amado e desejado.
Se ele fosse deficiente auditivo, eu daria graças a Deus por ele poder me ver. Demonstraria a ele com meu olhar e meus gestos, tudo que minhas palavras não pudessem expressar. Eu mostraria a ele o quanto ele é amado e desejado. Eu calaria o silêncio de seus ouvidos com o amor de minhas palavras.
Se ele fosse mudo, ainda assim ele poderia me ver e me ouvir, e eu daria graças a Deus de poder caminhar ao meu lado e me dizer em gestos simples do dia a dia o quanto ele me ama. Eu daria voz aos seus gestos e escutaria suas palavras mais profundas ditas com seu coração.
Se ele fosse deficiente físico, faria uso de suas faculdades mentais para interagir comigo, não precisaria de nenhuma parte de seu corpo para mostrar seu apoio a mim em tempos difíceis ou de rir comigo nos momentos felizes. Ele seria igualmente amado e desejado e eu daria graças a Deus de tê-lo ao meu lado. Eu criaria movimentos para ele.
Se meu filho fosse autista, verbal ou não verbal, eu passaria minha vida procurando maneiras para me comunicar com ele de alguma outra forma. Se ele não olhasse nos meus olhos, procuraria seu amor em cada sorriso seu, em cada vez que ele respirasse, em cada movimento irregular de seu corpo... Eu daria graças a Deus de ele estar vivo e faria com que ele soubesse, todos os dias, o quanto foi amado e desejado nem que tivesse que reinventar a vida ou a forma de viver. Eu faria o impossível para tê-lo ao meu lado.
Se ele tivesse Síndrome de Down, acreditaria em suas potencialidades e riria com ele, choraria quando necessário, andaria com ele só para ouvi-lo falar de suas ideias. Daria graças a Deus por sua vida e faria com que ele soubesse, dia após dia, o quanto é amado e desejado. Eu aproveitaria cada sorriso seu para transformar em um sorriso meu.
Se meu filho não tivesse nenhuma síndrome, deficiência ou diferença, eu mostraria a ele, todos os dias, para que ele visse, ouvisse, interagisse e se fizesse ouvir, o quanto ele é amado e desejado. Daria graças a Deus e amaria cada conquista dele como se fosse a maior, ou a última...
Valorize seu filho, não suas deficiências. Veja quem ele é além da barreira que a sociedade coloca. Acredite que se ele veio a você assim, é porque é assim que tem que ser. Cabe a você encontrar forças onde os outros vêem as fraquezas. Faça com que seu filho saiba que ele é amado e desejado, seja ele como for. Ele é especial. Filhos são especiais...
Anita Brito
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